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sexta-feira, 18 de maio de 2012
A ESQUERDA ACUADA – CENA Nº 1
A ascensão do PT ao Poder, trouxe não só aos partidos aliados de primeiro momento, aqueles que tinham um histórico de ideologia à esquerda, mas também aos Movimentos Sociais e a população em geral, uma esperança de que mudanças significativas ocorreriam, não só em relação ao método de administrar, mas e principalmente, na política econômica, de forma que a concentração de renda reduzisse significativamente, não pela queda do poder aquisitivo daqueles que se encontram no topo da pirâmide, mas pela ascensão daqueles que se encontram na sua base e pela melhoria das condições de vida daqueles chamados classe média.
Vivemos em um País onde predomina o modelo econômico que não possibilita maiores alterações da ordem sócia - política, cujas chances de mudanças se apresentam bastante reduzidas para a grande maioria da população, que não vê meios para operar qualquer transformação.
Assim, o capitalismo é apresentado para a população como a única alternativa, servindo como base e fundamento para qualquer sociedade que pense ou queira progredir economicamente, e só através dele, podem ser efetivados os ideais democráticos e as liberdades civis.
Diante disso, para a sociedade o termo Capitalismo passa a ser sinônimo de desenvolvimento, progresso, democracia e liberdade, e que para alguns, só ele pode fazer tudo girar de forma eficiente. Porém, o que temos visto é que diante da hegemonia capitalista, estamos enfrentando um mundo cheio de contradições, conflitos e contrastes, em sua grande maioria ocasionada pelos problemas de natureza social, ficando cada dia mais visível a divisão do planeta entre desenvolvidos e subdesenvolvidos, e o Brasil em poucos ricos e muitos pobres.
Devemos reconhecer os avanços tecnológicos, o progresso científico e a modernização alcançada por grande parte dos países e em especial do Brasil, porém, por outro lado, não temos como esconder e negar a gritante desigualdade social, o crescimento da miséria, da fome, da injustiça e o aumento do fosso do subdesenvolvimento presente na outra parte do mundo, que não obteve os mesmos avanços, cujos problemas são muito maiores do que o sucesso da primeira.
É desta forma que o mundo capitalista se apresenta, de um lado países que alcançaram o ápice, do outro o império da miséria, da desigualdade e do subdesenvolvimento. E o preocupante, é que é deste lado onde se concentra a maioria da população.
Foi dentro desse contexto sócio-político que o PT assumiu o Poder e a partir dessa ascensão a “Esquerda” passou a sonhar nas transformações da ordem social e política, transformações essas que resultassem na instauração de uma nova ordem social e na reformulação da ordem econômica vigente. Mesmo que o grau das mudanças não tivesse a marca do radicalismo que apregoavam. Porém, o que se tem visto, é a manutenção da ordem política social implantada a séculos pela “direita”, sob o comando das elites econômicas, mais preocupadas em conservar a ordem que aí está e não alterar o sistema imposto, amplamente favorável aos seus interesses - econômicos, sociais e políticos -, mantido pelas forças conservadoras, já que eles não veem qualquer vantagem em alterar o modelo, e sim preservá-lo.
Na queda de braço braço entre a direita e a esquerda do governo petista, o que estamos a assistir é que quem tem levado vantagem são as forças políticas mais conservadoras e retrógradas vigente, derrotando aqueles que se contrapõem e propõem lutar por mudanças do sistema capitalista, não só contestando-o, mas reformulando-o e indo mais fundo, ou seja, superando-o e instituindo um novo sistema ou modelo econômico.
Com o PT no Poder, o que não só a esquerda esperava, mas também aqueles que nele depositaram suas esperanças acreditavam, que seriam criados caminhos alternativos para a construção de uma nova sociedade e que novas ideias seriam apresentadas para a superação do capitalismo, e o surgimento de uma nova ordem de justiça social a ser implantada no País.
Esperava-se que, com a sua ascensão, seria cumprido o que reza o seu Estatuto e o que seus líderes apregoavam e, que o neoliberalismo, sistema econômico responsável pelas crises sociais, políticas e econômicas, fomentador da exploração do trabalhador e alimentador das injustiças sociais, da pobreza, da fome e da miséria, estaria com seus dias contados, transformando a sua gestão no grande divisor de águas, encerrando ciclo de uma doutrina econômica que privilegia o mercado em detrimento do social, acenando para um futuro e um caminho de desenvolvimento e modernização econômica com justiça social e redução significativa das desigualdades.
Não é necessário que comungue dos ideais da esquerda, para que se compreenda que o neoliberalismo é o pensamento, o figurino e a bandeira que a direita e os segmentos mais conservadores desfraldam, cujos segmentos compõem uma parcela minoritária, mas que é composta da elite econômica e política da sociedade brasileira e com esta bandeira tentam, cada vez mais maximizar seus interesses econômicos, pouco se importando se com isso acarretam ainda mais o aumento das desigualdades sociais no país.
Não entendeu os ideólogos petistas que o neoliberalismo é um modelo econômico de modernização e de desenvolvimento que tem como característica a hegemonia e o predomínio do mercado e que em seus fundamentos desconsideram o termo justiça social. Que é um modelo exclusivista e discriminatório e que as vantagens a serem obtidas serão exclusivas de parcelas da sociedade, principalmente dos segmentos ligados ao capital privado, financeiro e monopolista.
Como se vê, é um modelo que para se concretizar o faz à custa do aumento das desigualdades sociais e que se contrapõe frontalmente a qualquer proposta de inclusão social.
Além do mais, traz em sua concepção a constante ameaça da supressão dos direitos sociais e as conquistas coletivas duramente obtidas e efetivadas e a eliminação dos avanços e os progressos em termos de justiça social.
É um sistema político e econômico que impossibilita qualquer tentativa de implementação de reformas sociais, visando o bem estar das camadas mais pobres da sociedade.
Com a visão clara dessa situação, os ideólogos da esquerda brasileira têm lutado e demonstrado com clareza por que se opõem ao modelo neoliberal, expressando para a sociedade o seu caráter antipopular e antissocial, além de vários outros motivos, que somados traziam a esperança de que, ao assumir o Poder, o PT apresentaria alternativas à crise verificada no chamado Estado do bem-estar social, com uma consistente intervenção na economia visando obter um crescimento prolongado, através de grandes investimentos estatais, pela concessão de créditos e subvenções fiscais estimulando o desenvolvimento e, pela execução de políticas sociais reparadoras.
Sonhou a esquerda brasileira com um Estado que em suas ações minimizasse as desigualdades sociais, consolidando um conjunto de direitos sociais que amenizasse as graves sequelas sociais provocadas pelo neoliberalismo.
Porém, o que se pode concluir, é que tudo não passou de um sonho que logo se transformou em pesadelo, já que o progresso propiciado em termos de justiça social tem deixado falhas e lacunas, movidas por uma política voltada apenas por atos e ações compensatórias, sem procurar atingir o centro nervoso do problema, perpetuando a situação.
Diante da continuidade do modelo recebido, a esquerda está acuada e sem argumentos para se contrapor àqueles que insistem em defender a ideologia neoliberal como modelo ideal para a solução dos problemas, já que estes não entendem ser o capitalismo o mal maior e gerador de todos os problemas enfrentados pela sociedade.
Postado por Francklin Sá
Repostado por FernandoFarm
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