quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


REPORTAGEM DO GOVERNADOR RICARDO COUTINHO AO JORNAL A UNIÃO FALANDO SOBRE TEMAS POLÊMICOS



Uma nova forma de fazer política na Paraíba: “Estamos mudando a forma de fazer política na Paraíba”.




Governador afirma que maior desafio da sua administração é implantar e dar continuidade ao processo de transição vivido pelo Estado.

Iniciar e dar continuidade a um processo de transição na Paraíba que modifique a forma de se fazer política, no seu conteúdo, na relação do público com a sociedade, e do público com o público. Esse tem sido o maior desafio enfrentado pelo Governador Ricardo Coutinho (PSB), que concluiu a pouco o segundo ano de mandato à frente do Governo do Estado. Para Ele esse processo reúne e precede todos os desafios encontrados ao longo desses dois anos.
Ricardo falou sobre esse e outros assuntos polêmicos, como o relacionamento com os deputados estaduais, o pedido de empréstimo da CAGEPA, negado pela Assembleia Legislativa, parceria com os prefeitos recém-empossados e as ações implementados no combate aos efeitos da estiagem durante entrevista concedida, na Granja Santana, aos jornalistas Agnaldo Almeida, José Euflávio e Nara Valusca Miranda. Na ocasião, ele ressaltou os investimentos realizados em diversos setores e se disse extremamente otimista quanto ao futuro da Paraíba. “Tenho certeza que estamos no caminho certo”.

Novos atores entraram na cena política

“Na Paraíba, quem mais tinha poder mais permanecia no poder. E aqueles que não tinham nenhum poder, a grande maioria da população, ou quase toda a população, não conseguia se expressar dentro da política real. Nós estamos fazendo um conjunto de intervenções onde se pretende modificar esse conceito. Ao invés de o Estado ser dividido por essa meia dúzia de interesse de segmentos, nós estamos colocando novos atores dentro dessa cena. Estamos dando um choque de republicanidade na Paraíba”, afirma o governador.
No rastro dessas mudanças, o Estado tem alcançado conquistas históricas. Na área de saúde, por exemplo, a Paraíba ganho 550 novos leitos em hospitais públicos, em apenas dois anos. Na educação, o governador ressalto, entre outras coisas, a distribuição de tablets entre os professores do Ensino Médio e os alunos do 1º ano Ensino Médio. Nos próximos anos todos os alunos terão o equipamento, considerado hoje fundamental para pesquisa e agilidade na sala de aula. Além disso, metade das escolas estaduais do Ensino Médio terá de uma só vez, laboratórios de robótica.
Entre os projetos de infraestrutura, Ricardo destaca a construção e restauração de estradas, que têm retirado municípios do interior do isolamento. Nesses dois anos, mais de 800 quilômetros de estradas foram inaugurados, com previsão de mais 1.200 quilômetros. O investimento em adutoras ultrapassa os R$ 300 milhões. “Tudo isso que temos conseguido fazer não seria possível se aquele modelo antigo de política não tivesse sido desarticulado” garante.
E por que implantar esse novo modelo de política tem sido um desafio tão grande para o governador? “Há alguns setores que se sentem prejudicados por essa nova lógica, que é uma lógica que busca modernizar o Estado. Eles estavam tão bem acomodados que reagem a essas mudanças. E essa reação é um sinal de que as coisas estão caminhando diferentemente na Paraíba”, explica Ricardo, que conclui: “Isso, no entanto, não era culpa de Governador A, B ou C. era um acúmulo de um Estado que tem uma lógica patrimonialista que vem de séculos. E isso está sendo quebrado. Então, o grande desafio tem sido iniciar e dar continuidade a este processo”.

TRILHANDO OS CAMINHOS DO DESENVOLVIMENTO

O fortalecimento da atividade industrial na Paraíba é uma das metas do Governo do Estado, de acordo com Ricardo Coutinho. Segundo ele, há hoje R$ 1,55 bilhão em investimentos em curso dentro do Estado. Alguns já feitos, outros em execução e outros para serem iniciados. “A Paraíba será em breve o primeiro polo cimenteiro do Nordeste. Será também o segundo do país nos próximos dois anos. Isso é um dado importante para a nossa economia” ressalta.
Ele revelou também que há fabricas que, brevemente, vão concentrar toda a produção na Paraíba. Apesar de não poder ainda adiantar detalhes, ele disse que, graças a regras claras estabelecidas pelo Governo do Estado e de investimentos em infraestrutura, essas empresas, que antes produziam em dois ou três estados, passaram a produzir somente no Estado.

RICARDO AFIRMA QUE PARTE DOS PARLAMENTARES TENTA “AJOELHAR O GOVERNO”
“Não aceito que façam jogo duplo”

Sobre o relacionamento com os deputados estaduais o Governador Ricardo Coutinho disse que as dificuldades que vem enfrentando estão diretamente ligadas a transição que está em processo na Paraíba, modificando velhos hábitos no modo de se fazer política. “Eu acho que algumas pessoas não estavam bem acomodadas com essa transição e buscaram, diversas vezes, torpedear esse processo, mas sem ter argumentos para isso, sem entrar no debate. Para mim, isso faz parte da essência da política”, afirmou o governador.
É preciso, segundo ele, se questionar qual é a Paraíba que se deseja. Qual é a Paraíba que alguns propõem. “Essa transição desse modelo antigo, onde poucos ficavam com tudo e o povo ficava com absolutamente nada, para um modelo novo é fundamental para o Estado, mas alguns se levantam contra. E se levantam contra tendo uma máquina como a Assembleia Legislativa nas mãos. Onde o governador não retalia, para onde o governador manda uma fortuna por mês para um único prédio com 36 parlamentares”.
Ricardo lamentou ainda que parte dos parlamentares paraibanos esteja sendo perseguida por fazer parte da bancada do governo. Essa situação, segundo o governador, nunca aconteceu na história da Assembleia Legislativa.
Com relação aos deputados do PEN, que, a princípio, estavam com o governo ou, pelo menos, numa condição de independência, mas têm votado contra projetos do Executivo, o governador foi objetivo: “Eu não obrigo ninguém a focar com o governo, mas também não aceito ninguém que está com o governo se locupletando daquilo que o governo tem, das ações do governo, dos cargos que o governo oferece, ao mesmo tempo, ficar permanentemente, trabalhando nos bastidores contra o governo”. E concluiu: “Não pedi a ninguém que saísse. Agora o que não dá para fazer é jogo duplo”.
Ele voltou a afirmar que não fará qualquer coisa apenas para garantir maioria na Casa. “Seria até incompatível com essa transição que a Paraíba vive”. O Governador também disse que não tem medo de ser minoria. “Não me preocupa ter minoria. Se fosse possível, claro que eu gostaria de ter maioria, qualquer um gostaria, mas não a qualquer preço”.
Além disso, lembrou o governador, quem vai julgar todas essas ações é a população, inclusive, “esse tipo de postura, que tenta quebrar uma empresa pública como a CAGEPA, que tenta dar golpezinho contra o governante de plantão...”.
Ele ressaltou ainda que acha um equívoco ver um Poder, no caso, o Legislativo, agindo como se fosse oposição a outro Poder. “Quem faz oposição é deputado. Não é o Poder. O Poder é independente, porém, anônimo.”
No caso do regimento interno da Assembleia, aprovado pela maioria dos deputados, que modificou o quórum para aprovação de contas do governo, Ricardo disse que ainda está sendo analisada a possibilidade de se recorrer à Justiça, como no caso do empréstimo da CAGEPA. “Essa aprovação foi uma tentativa de ajoelhar o Governo do Estado, de colocar o Governo do Estado como refém, mas as coisas não vão funcionar assim.”
E se o assunto é a eleição de 2014, Ricardo reafirma que ainda não está pensando no assunto. Mas, garante: “Eu não tenho medo de 2014. Ao contrário. Eu tenho muita confiança naquilo que estamos conseguindo fazer na Paraíba.”


Nara Valusca Miranda

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